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Audiência sobre a cultura do cacau culmina com documento que será entregue aos governos

Publicado em: 04/9/2019

A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia protagonizou nesta terça-feira, 03, uma audiência pública realizada em parceria com a FAEB, que durou quase seis horas, reuniu deputados, produtores, prefeitos, sindicatos rurais de várias cidades e debateu as demandas da cadeia produtiva do cacau. No final do encontro foi elaborado um pré-projeto de um documento, reivindicando diversas providências no sentido de revitalizar a cultura do cacau.

O documento, que será entregue aos governos federal e estadual, elenca cinco medidas que devem ser tomadas em regime de urgência; renegociação dos débitos e retorno do crédito, oferta de assistência técnica, revisão da portaria do manejo do cacau cabruca, definir a situação da CEPLAC – Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira e, por último, a adoção de um plano de prevenção da Amonilha, (doença causada por um fungo).

A deputada Jusmari Oliveira, presidente da Comissão de Agricultura e o deputado Sandro Régis, autor da proposta de audiência pública do cacau, se comprometeram a articular a entrega do documento a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao ministro da Economia Paulo Guedes e ao governador da Bahia Rui Costa.

“Este é o papel da Comissão de Agricultura, estimular o debate com os vários setores produtivos da Bahia, buscar o diálogo e encaminhar as sugestões com o objetivo de sensibilizar as várias instâncias de governo a resolver os problemas” disse a deputada Jusmari Oliveira. O deputado Sandro Regis afirmou que, durante a sua vida parlamentar, ainda não tinha presenciado um debate tão rico, produtivo e com capacidade de apontar soluções para uma cultura que além de ser importante para a economia também faz parte da história e da formação do povo baiano. “Estou sinceramente impressionado com o resultado que alcançamos hoje com este debate” disse o parlamentar.

Entre os palestrantes estavam Guilherme Galvão, Diretor da CEPLAC, Guilherme Moura, vice-presidente da FAEB – Federação da Agricultura e da Pecuária da Bahia, e Nelson Fraga Filho, do SUDECO., Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste, prefeitos, vereadores e lideranças da região cacaueira da Bahia.

Os palestrantes lembraram que no ano de 2018 a Bahia produziu 122, 8 mil toneladas de cacau e que este cenário ainda é bem distante das 400 mil toneladas anuais que se colhia antes da vassoura de bruxa mas aponta para uma recuperação nas lavouras cacaueiras. Foram discutidos ainda fatores como a plantação embaixo de árvores nativas da mata atlântica, a aposta na produção de frutos orgânicos e variedades resistentes a pragas. Falou-se também na importância estratégica da indústria chocolateira, na adoção de novas tecnologias e na necessidade de investimentos em pesquisa principalmente no campo da melhoria genética.

Em meio ao calor dos debates, chamou atenção a participação de um pequeno produtor do assentamento Terra a Vista que aproveitou o momento para apresentar e vender o chocolate agroecológico. Joelson Ferreira Oliveira revelou com a sua fala e a demonstração do seu produto, que o cacau também é uma boa alternativa para o fortalecimento da agricultura familiar. “Grandes e pequenos precisam unir forças e trabalhar com o objetivo de fortalecer a cultura do cacau mas também se deve pensar em diversificação da produção”, concluiu.

A Comissão de Agricultura vem sendo considerada uma das mais participativas desta legislatura na Alba. Além das audiências públicas na casa, o colegiado vem se destacando também por viajar pelas diversas regiões da Bahia conhecendo de perto as demandas de todos os setores da agropecuária do estado.

Fonte: Assessoria Parlamentar

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