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“DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito! ”: Documentário descortina tradições das culturas Cigana e Circense

Publicado em: 02/3/2022

Estrelado por Irisma Fernandes – cigana da etnia Calon e tradição circense – “DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito! ” estreia nesta sexta-feira (04/03), às 20hs, no YouTube.com/mulherdebigodefilmes

Estreia nesta sexta-feira (04/03), às 20h, na plataforma (YouTube.com/mulherdebigodefilmes), o documentário “DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito! ”. A obra cinematográfica projeta luz para as culturas e tradições do povo cigano e circense ao descortinar a história de Irisma Fernandes, mais conhecida como “Tati, à Cigana”. Pertencente a etnia “Calon”, a artista da terceira geração dos Fernandes – uma das maiores e mais tradicionais famílias Ciganas e Circenses do Brasil – viveu itinerante em mais de vinte circos, passando por diversos estados brasileiros, até que para assegurar a formação escolar das filhas abdicou da vida nos circos e fixou acampamento na comunidade “Umburaninha”, povoado “Crenguenhem”, na região de Tucano-Bahia/Território Identitário do SISAL, onde as cenas foram gravadas.

Filha primogênita dentre seis, Irisma Fernandes assumiu grandes responsabilidades após a morte precoce do pai – Roy Rogeres Fernandes, assassinado aos 33 anos, durante o espetáculo de matinê do Circo Mexicano. A ela coube manter e repassar as tradições ciganas e circenses aprendidas com o pai, avós, tios e tias para os seus irmãos: Liberta Lamarks, Luanna Marylack, Roy Rogeres Filho, Kimberly Maclaynny e Keôma Kewwynny, e para os filhos: Igor Matheus, Jeniffer e Yasmynny Fernandes, além dos netos e netas.

Em seu itinerário, atuou debaixo das donas dos circos Arte Palácio, Mexicano, Circo D ́Líbano, Circo Porto Rico; Circo Los Campelos, Circo D’ Itália, Norte Americano, Circo Santini, Real Plaza, Circo do Palhaço Repolho, Circo Big Brother, Miraculous, Circo do Palhaço Fuxiquinho, Espacial, Circo Irmãos Fernandes, Circo Real Estrelar, dentre outros, até concretizar o sonho de ter o próprio circo, o “Koliseu”, percorrendo centenas de cidades do Brasil em quase todos os Estados.

Em formato de curta/médio, o documentário tem duração de 35 minutos, e ganhou vida por meio de parceria com a produtora “Mulher de Bigode Filmes”. Premiado com a maior pontuação do território identitário do SISAL, o filme quer contribuir no combate ao preconceito, e a propagação de estereótipos atribuídos aos povos ciganos, especialmente, os de tradição circense, a fim de valorizar e ressaltar os aspectos positivos destas culturas.
Assina o roteiro e a direção o cigano da etnia calon, jornalista e pesquisador Roy Rogeres Fernandes Filho. A montagem, edição e direção de fotografia são ofícios da cineasta e pesquisadora Letícia Ribeiro. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PPAB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

DEBAIXO DAS LONAS

“DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito!” adentra aos circos, tendas, marquises e barracas para retratar os povos ciganos de tradição circense, representados no filme por Irisma Fernandes ou “Tati, à Cigana!”. Nascida e criada debaixo das lonas, aos sete anos deu os primeiros passos como equilibrista no arame esticado. Foi dançarina, atuou em números de mágica, seguiu trapezista, bailarina do ar na corda indiana e em tecido, sendo a primeira jovem mulheres a se arriscar no “escadete” (escada giratória) – impressionante número circense que exige demasiada força e equilíbrio, geralmente praticado por homens. Arriscando-se em números aéreos de alto nível de dificuldade, tornou-se uma das mais destacáveis artistas circenses brasileiras, chegando a receber propostas internacionais.

Os povos ciganos raramente contam suas próprias histórias e visões de mundo, mas em “DEBAIXO DAS LONAS tudo é mais bonito!” é por meio do acesso às memórias que Irisma Fernandes assume o Lugar de Fala e o protagonismo feminino para narrar como enfrenta e supera os episódios constantes de racismo, anticiganismo /ciganofobia; bem como os obstáculos, os desafios do duplo preconceito contra os ciganos/as circenses, as emoções e as curiosidades da vida nômade, além dos acontecimentos destacáveis da vida nos circos, ou seja, as dores e as alegrias vivenciadas ao longo de quatro décadas nas Praças, dedicada às tradições ciganas e às artes circenses.

O filme se passa no povoado “Crenguehem” e na comunidade “Umburaninha” Distritos de Tucano-Bahia, e mostra o rancho onde Irisma Fernandes (sobre)vive atualmente com a família. Sua tradicional tenda, e o ônibus-moradia no qual seguiu às estradas durante décadas são demonstrados com o aporte de fotografias documentais da trajetória itinerante, além de símbolos e tradições marcantes das culturas cigana e circense. Após os depoimentos e relatos emocionantes dos familiares e amigos, “a estrelinha do circo” sobe mais uma vez ao picadeiro para um espetáculo especial.

COMBATE AO RACISMO/ANTICIGANISMO E À CIGANOFOBIA

A proposta do audiovisual é contribuir no combate ao racismo, preconceitos e a propagação de estereótipos atribuídos aos povos ciganos, especialmente de tradição circense, afim de valorizar e ressaltar os aspectos positivos destas culturas, visto que geralmente são retratados de formas romantizadas e inconsistentes com as questões insurgentes que apresentam, bem como para que imagens positivas possam reluzir. Além de preservar as memórias e tradições de ambas culturas milenares, e desqualificar narrativas preconceituosas e desrespeitosas referentes aos ciganos.

O filme quer proporcionar conhecimento e informações acerca das culturas e tradições ciganas – circenses, uma vez que que os/as ciganos/as são historicamente vítimas de opressão, silenciamentos, violências, invisibilidade e perseguições, além de corroborar para o reconhecimento das cidadanias ciganas e circenses no Estado, com o intuito de fortalecer movimentos, coletivos e formas de ativismos entre as pessoas de comunidades tradicionais, cooperar nas lutas contra a ciganofobia, em direção da inclusão social, cidadania e respeito para as ciganas (os), assim como dialogar sobre as singularidades do nomadismo circense, às diásporas ciganas, as experiências e os principais desafios da vida de uma mulher cigana nos circos, a fim de cooperar com o rompimento de barreiras identitárias, e impulsionar a participação e a representatividade das pessoas de etnias ciganas nos espaços de formação cultural e de cidadania da Bahia.

FICHA TÉCNICA

Direção e Roteiro: Roy Rogeres Fernandes Filho
Direção de Fotografia, Montagem e Cor: Letícia Ribeiro
Direção de arte: Roy Rogeres Fernandes Filho
Produção: Roy Rogeres Fernandes Filho & Mulher de Bigode Filmes
Assistente de Direção e Produção: Thierri Moitinho
Som Direto: Ronne Portela
Fotos: Bárbara Jardim
Arte gráfica: Camila Camila
Cenografia: Pitô
Figurino: Irisma Fernandes (Tati)
Maquiagem: Jeniffer Fernandes
Assistente de produção: Nena Fernandes
Assesoria Mídias Digitais: Yasmynny Fernandes
Assessoria de Comunicação: Roy Rogeres Fernandes Filho
Produção de Set: Bruna Santana, Jeniffer Fernandes, Yasmynny Fernandes

 

 

por Golden Assessoria


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