“100% de quem se suicida têm uma doença mental”, diz presidente da Apal

Publicado em: 24/8/2018
Suicídio está em terceiro lugar nas causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos

A cada 45 minutos uma pessoa se suicida no Brasil. Ao final do dia, 32 suicídios foram cometidos, de acordo com o levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados mundiais são ainda mais alarmantes: um suicídio é cometido a cada 40 segundos, resultando em mais de 800 mil óbitos autoprovocados por ano.

Para o presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina (Apal) e superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva os números do suicídio são “altíssimos” e “assustadores”.

“Os estudos mostram que 100% de quem se suicida têm uma doença mental. Os trabalhos mostram isso. Nem 100% de quem pensa em suicídio têm doença mental, mas 100% de quem suicida têm transtorno mental”, declarou Silva.

Partindo desse princípio, a diminuição do índice pode acontecer com o investimento em medidas preventivas de ajuda ao indivíduo com algum tipo de transtorno psicológico . “É uma maneira de a gente salvar vidas porque 90% dos suicídios poderiam ser evitados se as pessoas tivessem acesso a tratamento e pudessem tratar a doença que leva ao suicídio”, afirmou o presidente da Apal.

Provocar o fim da própria vida está em terceiro lugar nas causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos, e a sétima entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A cada três segundos uma pessoa tenta tirar a vida.

No esforço para mudar esses números, a OMS definiu que a data de 10 de Setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.  Há quatro anos a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), promove a campanha nacional Setembro Amarelo.

Ao longo deste mês, a ABP pretende lançar campanhas nas redes sociais para alertar sobre suicídio e oferecer apoio e ajuda. Antônio Geraldo da Silva disse que os especialistas devem abordar o assunto e buscar mais informações com psiquiatras.

A ABP quer levar isso para a população. “A ABP quer popularizar. Nós estamos levando isso para as escolas,  empresas e instituições”, afirmou o médico. “O que entristece os membros da ABP é ver que as pessoas querem abordar o assunto, mas negando a doença mental, que a depressão ou a esquizofrenia existam.”

O médico acrescentou: “Se a gente negar que a doença mental existe, como vai falar de suicídio, sabendo que 100% de quem suicida têm doença mental?”.  “É uma doença como outra qualquer. Não escolhe raça, cor, nada”.

Fonte: Saúde – iG 


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